A indústria siderúrgica do Brasil produziu em outubro 3,08
milhões de toneladas de aço bruto, segundo maior volume do ano, em meio a um
avanço no consumo interno, recuo de importações e aumento das vendas externas,
segundo dados divulgados pela entidade que reúne as usinas, Aço Brasil.
O volume produzido no mês passado ficou praticamente
empatado com as 3,09 milhões de toneladas de julho, marcando crescimento de
6,6% ante setembro e avanço de 16% sobre o desempenho de um ano antes, quando o
setor fazia forte campanha para o governo federal lançar medidas de defesa
comercial contra importações de aço, algo que entrou em vigor no final de
junho.
O movimento desta vez foi puxado pelo segmento de aços
planos, que registrou incremento de 21,5% no volume produzido em outubro sobre
um ano antes, enquanto o segmento de longos, que havia puxado o crescimento de
setembro, teve alta de 9,9%.
As vendas internas cresceram 1,5% ante setembro e 16,7%
sobre outubro de 2023, para 1,93 milhão de toneladas, com bons desempenhos em
laminados planos e longos.
Enquanto isso, as importações somaram 598 mil toneladas, uma
queda de mensal de 9,2%, em meio a um cenário macro que torna mais difícil a
comercialização no país. Mas ante outubro do ano passado, as compras de aço
produzido fora do Brasil dispararam 41,3%, acumulando no ano expansão de 25,8%
-- 5,23 milhões de toneladas -- e incentivando o setor a cobrar do governo
intensificação das barreiras comerciais.
A taxa de penetração das importações em outubro foi de
20,1%, ante 17,8% no mesmo mês de 2023, e no acumulado do ano de 18,9%, nível
considerado elevado pelo setor, segundo os dados da entidade. Segundo o Aço
Brasil, 62% do volume importado pelo Brasil no mês passado veio da China.
No início do mês, o presidente-executivo da Gerdau
(BVMF:GGBR4), uma das principais integrantes do Aço Brasil, Gustavo Werneck,
defendeu que o Brasil tem que intensificar as medidas de defesa comercial após
a eleição de Donald Trump à presidência dos Estados Unidos. Segundo Werneck, o
Brasil tem que encerrar a cota 30% maior que a média histórica de importação de
aço sem tarifa adicional, cobrar "pelo menos 35%" de sobretaxa sobre
aço chinês e incluir todos os produtos siderúrgicos brasileiros nas medidas de
proteção -- e não apenas os 15 que foram alvo de ações do governo federal neste
ano.
Com as vendas internas em alta e as importações em baixa no
comparativo mensal, o consumo interno de aço no Brasil em outubro somou 2,4
milhões de toneladas, avanço de 1,1% ante setembro e salto de 20% sobre um ano
antes, segundo os dados do Aço Brasil. No acumulado do ano, o consumo aparente
de aço no Brasil mostra crescimento de 9,7%, para 22 milhões de toneladas.
Fonte: Investing
Seção: Siderurgia & Mineração
Publicação: 22/11/2024