O ramo industrial brasileiro retomou sua trajetória de
crescimento no começo de 2024, marcando o melhor desempenho em um período de
dezoito meses, conforme apontou a pesquisa do Índice de Gerentes de Compras
(PMI). Os dados fornecidos pela S&P Global indicam que o PMI da indústria
brasileira alcançou 52,8 em janeiro, em comparação com 48,4 em dezembro. Esta é
a primeira vez desde agosto que o índice volta a registrar expansão, atingindo
o patamar mais alto desde julho de 2022, com a marca de 50 separando o
crescimento da contração.
Segundo o levantamento, as empresas brasileiras
experimentaram um aumento na entrada de novos trabalhos, impulsionando os
volumes de produção para um ritmo mais acelerado desde meados de 2022,
interrompendo quatro meses consecutivos de queda. A elevação nas encomendas foi
a primeira em cinco meses e a mais forte em mais de um ano e meio, graças a
condições de demanda favoráveis no início do ano. Entretanto, as novas
encomendas de exportação continuaram a diminuir em janeiro.
Pollyanna de Lima, diretora associada de economia da S&P
Global Market Intelligence, destacou que a demanda interna por produtos
brasileiros se recuperou em janeiro, com as encomendas aumentando no ritmo mais
rápido em mais de um ano e meio, apesar da fraqueza persistente nas
exportações. Como resultado deste cenário, houve uma expansão mais rápida dos
níveis de emprego desde julho de 2022, com as empresas atribuindo as
contratações a ajustes na equipe, novos processos industriais, tendências de
demanda favoráveis e aumentos nos requisitos de produção.
Apesar das pressões sobre as cadeias de oferta, que se
intensificaram em parte devido às tensões no Mar Vermelho, a inflação de
insumos diminuiu. Houve um aumento nos preços de químicos, produtos
alimentícios, metais e gás natural, compensado por valores mais baixos de
várias outras matérias-primas. Em janeiro, aproximadamente 10% dos produtores
aumentaram seus preços de venda, enquanto 7% ofereceram descontos, resultando
em um leve avanço nos preços cobrados no mês.
Janeiro também foi marcado por uma melhora na confiança
geral da indústria, atingindo o pico de 37 meses, com otimismo sobre o
lançamento de novos produtos e investimentos, além da redução das pressões de
preços e da queda dos juros.
Fonte: Reuters
Seção: Indústria & Economia
Publicação: 02/02/2024