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O mercado de aço brasileiro deve começar a sentir os efeitos das medidas de defesa comercial adotadas pelo governo em junho ao longo do segundo semestre, e os resultados são promissores, na avaliação do presidente da Gerdau, Gustavo Werneck. “Ainda está cedo para dizer quais serão os impactos, mas os sinais são positivos”, afirmou o executivo, nessa quinta-feira (1º), em conferência com jornalistas para comentar os resultados do segundo trimestre.

Além do sistema de cotas de importação, já implementado, a Gerdau tem estudado, em conjunto com outras siderúrgicas instaladas no país, pedir a adoção de medidas antidumping. Segundo o vice-presidente de finanças, Rafael Japur, há várias iniciativas em estudo e, no momento oportuno, serão apresentadas. “Precisamos ser assertivos nos produtos em que acreditamos que há possibilidade de êxito. Estamos olhando tanto aços longos quanto planos”, disse.

No segundo trimestre, afirmou Werneck, a Gerdau manteve a entrega de resultados sólidos a despeito da entrada ainda excessiva de aço importado no país. “Mantivemos a estratégia pautada por forte disciplina em gestão de custos e incremento de competitividade dos ativos no Brasil”, afirmou. “Seguimos buscando oportunidades de adequação dos ativos da empresa frente ao cenário global”.

No primeiro semestre, a média mensal de importação de aço alcançou 396 mil toneladas, 66% acima da média histórica, observou o executivo, citando dados do Instituto Aço Brasil. Com isso, a taxa de penetração das importações ficou em 19,2%.

Conforme o executivo, na América do Norte, os resultados refletiram a resiliência do mercado americano, com demanda de aço em patamares saudáveis e carteira de pedidos estável em 50 dias, apesar dos preços mais baixos. A tendência é que o mercado siga positivo, com ponto de atenção nas eleições americanas, que trouxeram volatilidade temporariamente.

Sinais de retomada das montadoras

Em aços especiais, o mercado automotivo americano seguiu em recuperação, puxado pela maior produção de veículos leves e pesados. A expectativa é de uma recuperação ainda mais intensa, retomando os níveis pré-pandemia.

Em óleo e gás e em veículos pesados, contudo, é esperada uma “leve desaceleração” no acumulado do ano. No Brasil, há alguns sinais de retomada da atividade das montadoras, em especial no segmento de pesados. “Estamos cautelosamente mais otimistas”, disse.

Argentina e Rio Grande do Sul

Na América do Sul, a Argentina viu a demanda por aço chegar ao ponto mais baixo no segundo trimestre, diante da pressão inflacionária e das medidas adotadas pelo governo, como a desvalorização do peso. A expectativa é de recuperação da demanda no segundo semestre, particularmente no quarto trimestre.

Já a unidade de negócios Brasil sentiu a pressão dos importados tanto em aços longos quanto planos e o impacto, em termos de volume, das enchentes no Rio Grande do Sul e da redução de capacidade com a hibernação de algumas operações da Gerdau. “Seguimos na expectativa de ver a materialização de alguns indicadores positivos, sobretudo na construção”, afirmou.

Fonte: Valor
Seção: Siderurgia & Mineração
Publicação: 02/08/2024

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