
Desbalanço das contas públicas, alta do dólar, aumento dos
juros. Diante do momento econômico que o país vive, o presidente da
Confederação Nacional da Indústria (CNI) Ricardo Alban, em posicionamento
publicado nesta segunda (6), defendeu a necessidade de um pacto abrangente,
para blindar a indústria nacional e impedir mais perdas para o setor.
“A convergência entre o Palácio do Planalto, o Congresso
Nacional e o Judiciário, somada à participação dos governos estaduais e
municipais, configuraria um passo fundamental para a mitigação de riscos, pois
envolveria regras claras de responsabilidade fiscal associadas a estímulos para
setores estratégicos, como a indústria e o agronegócio”, diz um trecho da nota.
No documento, Alban cita que depois de muitos anos de
estagnação econômica, o primeiro semestre de 2024 mostrou sinais de aceleração,
provando que o país tem, sim, capacidade de se desenvolver.
“A indústria de transformação, amparada pela Nova Indústria
Brasil, demonstrou capacidade de expandir empregos de qualidade, atrair
capitais para infraestrutura e aumentar a arrecadação tributária. Ao
transbordar benefícios a outros setores, seu bom desempenho evidenciou a
importância de se manter um ambiente macroeconômico equilibrado”, ressaltou Alban.
Pacto nacional
No manifesto, o presidente da CNI faz um alerta que
considera real: o de que “o risco de que a política monetária restritiva e a
alta do dólar sufoquem o ímpeto industrial e agrário em 2025.”
A proposta é por um “pacto nacional” envolvendo Executivo,
Legislativo e Judiciário, além de empresários e trabalhadores.
“Em essência, trata-se de criar um consenso em torno de
metas fiscais e de políticas econômicas estruturantes, garantindo que, enquanto
se busca o equilíbrio das contas públicas, haja também estímulos seletivos que
assegurem a continuidade dos investimentos”, destaca o manifesto.
Alban ainda ressalta que a indústria está disposta a liderar
a negociação, desde que haja garantias mínimas de que os juros não serão
empecilho para o crescimento do setor.
Por fim, o presidente da CNI pediu celeridade ao andamento
do pacto, para que o país não perca ainda mais daqui para frente.
“Esse é um passo fundamental e que precisa ser dado já no
início do ano, de forma a garantir um ponto de inflexão rumo a um fluxo de
crescimento sustentado, que se espraie por todos os setores produtivos do
país.”
Até o fechamento desta edição, o governo não se manifestou
sobre a carta da CNI.
Fonte: Capixaba News
Seção: Indústria & Economia
Publicação: 13/01/2025