
O volume de fretes rodoviários manteve a estabilidade no
primeiro trimestre de 2024 no Brasil, em comparação ao mesmo período de 2023.
Houve um aumento de 0,5%, com a construção civil (+12,3%) e produtos
industrializados (+4%) puxando o crescimento. Os dados foram coletados pela
Frete.com, maior plataforma online de transporte de cargas da América do Sul.
Entre janeiro e março deste ano, foram publicados mais de
2,1 milhões de fretes na plataforma da Frete.com, praticamente o mesmo volume
registrado nos três primeiros meses de 2023.
Os crescimentos registrados nos setores da construção civil
e de produtos industrializados ajudaram a manter a estabilidade, enquanto que o
agronegócio demonstrou queda de 12,6%.
“Apesar dos problemas enfrentados com o clima pelo
agronegócio, que tem 35% de representatividade dos fretes publicados em nossa
plataforma, ainda conseguimos perceber um pequeno aumento de 0,5% no volume de
cargas movimentadas neste primeiro trimestre. A construção civil está com
projeções de crescimento para este ano, ajudando a manter os fretes rodando
pelo país com diversos insumos, principalmente o cimento. E as empresas de
transporte continuam utilizando as facilidades da tecnologia para ter mais
ganhos em suas operações. Por isso, continuamos investindo bastante em novas
soluções e segurança, para que tanto empresas quanto motoristas possam
transportar mais fretes sem se preocupar com fraudes”, destaca Federico Vega,
CEO da Frete.com.
Fretes de cimento se destacam
Os fretes de cimento puxaram o crescimento de 12,3% no setor
de construção civil no primeiro trimestre de 2024. O produto representa 67% de
todas as cargas movimentadas neste segmento. O volume de fretes do cimento teve
crescimento de 28,7%. Minas Gerais é o estado que mais apresenta movimentação
de cargas do produto, onde o volume teve aumento de 37,3%.
Segundo previsão da Câmara Brasileira da Indústria da
Construção (Cbic), o setor de construção civil deve apresentar um aquecimento
nas obras no primeiro semestre de 2024, principalmente entre os empreendimentos
públicos realizados pelas prefeituras de todo o Brasil. A instituição prevê um
crescimento de 1,3% em 2024, puxado pela queda na taxa básica de juros que
estimula mais investimentos, o início da produção de unidades da faixa 1 do Minha
Casa, Minha Vida, e o incremento de 50% nos saldos das contas do Fundo de
Garantia do Tempo de Serviço (FGTS).
“As cargas de cimento ajudaram muito a impulsionar o aumento
no volume de fretes no começo de 2024 e deve continuar no mesmo ritmo ao longo
do ano. Vemos muitas cargas saindo de Minas Gerais para destinos principalmente
em outros estados do Sudeste, que é a região mais representativa em nossa
plataforma”, afirma o CEO da Frete.com.
O setor de produtos industrializados também se destacou
neste primeiro trimestre, com destaque para cargas saindo de Santa Catarina e
São Paulo. O segmento deverá ser beneficiado, neste ano, também com a queda na
taxa de juros e as obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), do
governo federal, segundo analisam especialistas.
No agro, somente a soja apresenta crescimento
Com uma safra marcada por desafios com o clima, já que
muitos estados produtores enfrentaram chuvas e calor intensos, o agro
demonstrou queda de 12,6% no volume de fretes publicados na plataforma da
Frete.com.
A soja foi o principal produto que apresentou crescimento no
primeiro trimestre deste ano, em comparação com o mesmo período do ano passado:
+14,4%. Os fretes do milho tiveram queda de 41,4%, do trigo caíram 38,6% e os
de fertilizantes diminuíram 20,6%.
Em comunicado divulgado no final de março pela Companhia
Nacional de Abastecimento (Conab), o volume de produção de grãos registrado
para a safra 2023/2024 foi de 295,6 milhões de toneladas, 7,6% ou 24,2 milhões
de toneladas abaixo do obtido em 2022/23.
Segundo a Conab, a produção de soja é estimada em 146,9
milhões de toneladas, redução de 5% em relação à safra anterior. No caso do
milho, são previstos 112,7 milhões de toneladas, redução de 14,5%. A estimativa
do trigo é de 9,6 milhões de toneladas.
“A última safra de grãos trouxe diversos recordes para o
Brasil, algo que não deve se repetir para esta próxima safra. As chuvas
torrenciais registradas no Sul e Sudeste no começo de 2024, além de ondas de
calor que atingiram diversas regiões do País, fizeram com que houvesse essa
quebra na produção. Diante disso, os volumes dos fretes também caíram, mas a
soja ainda demonstra a sua força, de acordo com nossos dados. Isso se justifica
pelo aumento nas exportações da oleaginosa no primeiro trimestre, que passou de
mais de 19 milhões de toneladas em 2023, para cerca de 22 milhões de toneladas
em 2024”, revela Vega.
Fretes por estados
Puxado pela movimentação de fretes da construção civil, o
Sudeste foi a única região que teve aumento: 9,1%. Enquanto isso, as outras
regiões tiveram quedas, influenciadas pelo agronegócio. O Sul foi a que mais
apresentou diminuição no volume de fretes: -8,7%. Nordeste teve queda de 4,1% e
Centro-Oeste, 1,9%.
Entre os estados, Minas Gerais teve o maior aumento, com
15,1%, puxado pelos fretes de cimento, já que o estado concentra 91% de todos
os fretes do produto na plataforma. Santa Catarina também se destaca, com
aumento de 13,5%, influenciado pelos fretes de produtos industrializados. Mato
Grosso do Sul também apresentou um aumento considerável, de 11,1%, beneficiado
pelas cargas de soja. Já em São Paulo, o crescimento foi de 5,4%, por conta da
indústria.
“São muitos produtos transportados pelo Brasil afora, mas
vemos que em certas regiões alguns deles se destacam. A construção civil ajudou
bastante a manter os números mais altos neste primeiro trimestre, com destaque
para Minas Gerais”, finaliza o CEO da Frete.com.
Metodologia
Os dados têm base no fluxo de dados da Frete.com. Com mais
de 900 mil caminhoneiros cadastrados e 18 mil empresas assinantes, os fretes
publicados na plataforma cobrem 99% do território nacional.
Fonte: Blog do Caminhoneiro
Seção: Indústria & Economia
Publicação: 07/06/2024