No setor industrial 67% das empresas utilizam de recursos
como Inteligência Artificial (IA) e visão artificial na fabricação de produtos,
com foco na otimização da cadeia produtiva. O percentual foi apurado pela
edição de 2024 do Informe Ascendant de Maturidade Digital, produzido pela
Minsait, empresa de transformação digital e TI da Indra.
O estudo, intitulado “IA: radiografia de uma revolução em
curso”, ouviu mais de 900 organizações públicas e privadas de 15 diferentes
segmentos de mercado ao redor do mundo e mostra que, para além da linha de
produção, seis em cada dez companhias industriais também aderiram à IA para
melhorar a qualidade de seus produtos e a segurança física de seus
colaboradores, por meio de recursos como verificações digitais, testes e reconhecimento
de defeitos por imagem.
Outra aplicação recorrente da tecnologia é na gestão da
cadeia de suprimentos, na qual a IA é capaz de prever eventuais bloqueios no
sistema logístico ou, ainda, gerenciar estoques em tempo real. Nesse sentido, a
pesquisa revela que, em algumas corporações, os custos com armazenamento foram
reduzidos em até 10%, graças às contribuições trazidas pela inteligência
artificial.
A redução de custos e a otimização das operações são, aliás,
as principais motivações que levam a indústria a aderir à IA, conforme apontam
68% das empresas ouvidas pelo levantamento da Minsait. A tecnologia também tem
sido utilizada na tomada de decisões estratégicas baseada em dados – um
expediente considerado essencial para 25% das corporações respondentes
A captura de dados massivos em tempo real pela IA tem
permitido a identificação de tendências e padrões, contribuindo para melhorar a
capacidade de inovação e adaptabilidade do setor industrial. Graças a esses
avanços, há uma redução na margem de erro e uma notória melhoria na qualidade
dos produtos. Fatores que têm se traduzido em clientes mais satisfeitos e
custos reduzidos em toda a cadeia de abastecimento.
Apesar do grande interesse que a IA tem despertado no setor
industrial, ainda existem barreiras que devem ser ultrapassadas para garantir a
adoção e integração adequadas dessa tecnologia no dia a dia do setor. Exemplo
disso é a atual dificuldade das empresas em identificar aplicações que
verdadeiramente gerem valor agregado.
Outros obstáculos que chamam a atenção são a carência da
infraestrutura tecnológica necessária para suportar essa transformação e a
falta de visão estratégica na alta gestão das organizações. As empresas
consultadas também apontaram a escassez de profissionais qualificados e a
instabilidade regulamentar como fatores que têm adiado a implantação da IA no
setor industrial.
GÊMEOS DIGITAIS E COPILOTOS
No contexto da indústria 4.0 e em meio à crescente adoção de
tecnologias avançadas pelo setor, a integração da inteligência artificial às
atividades industriais tem se mostrado uma oportunidade chamativa para as
empresas aumentarem sua eficiência, competitividade e sustentabilidade.
De acordo com os resultados da pesquisa da Minsait, o setor
industrial caminha para um futuro no qual as organizações seguem investindo em
IA, tanto para propósitos analíticos quanto para o desenvolvimento de copilotos
que contribuam para a criação de aplicações próprias, capazes de trazer
diferenciais para os seus negócios. Nesse sentido, tecnologias como o gêmeo
digital – modelo virtual de um objeto físico, utilizado para simular cenários e
otimizar processos – facilitarão o monitoramento de operações fabris,
permitindo que a cadeia de produção ganhe muito mais precisão e capacidade de
resolução, em caso de falhas.
“Estamos vivenciando uma verdadeira evolução impulsionada
pela IA generativa e o setor industrial não está alheio a esse fenômeno. A
inteligência artificial tem potencial para impulsionar a transformação digital
e o crescimento dos negócios, conferindo às empresas maior vantagem competitiva
e a chance de explorar novas modalidades de inovação e sustentabilidade. É
essencial, portanto, que o setor industrial adote uma abordagem estratégica e
faça os investimentos necessários para aderir à IA da melhor maneira possível”,
defende Eladio García, diretor global de Infraestrutura e Indústria da Minsait.
Fonte: IPESI
Seção: Indústria & Economia
Publicação: 25/10/2024